domingo, 30 de março de 2008

Recém Nascido Escárnio


"Não importa a sua cor ou raça,
Muito menos, a que gosto de cachaça
Pense se apegar mais.

Basta um pequeno gole da vitória
Pra sentir dentro de si tamanha glória
E se embriagar com pequenos sinais.

Navegando por espirais,
Helicoidais de carrara bruta.
Onde se esculpem sonhos tais
Para o merecido descanço da labuta.

Respirando fundo esse gosto amargo,
Ensurdecedor como o som de um parto
Vindo de uma criança mal-nascida.

E que como um grotesco desencargo,
É escarrada num gordo mundo farto
De uma gente estúpida e mal-vivida."



No quadro Espanha; Dalí.


Só pra constar, eu não tenho nada contra a Espanha. Na verdade tenho muita vontade de ir lá. Um dia, quem sabe, não nos encontramos por lá!? Acho que devo ter uns parentes perdidos por lá...não sei...mas um dia ainda vou pra lá...nem que seja pra virar um mendigo louco que busca dobrões espanhóis em plena praça pública acreditando ser um desbravador do séc. XV. Será que eu encontraria algum desses por aí?!?!


Queijos a todos!

















terça-feira, 25 de março de 2008

Fleumático




"Fleumatismo infinito.
Sentimento indistinto
Da realidade que nos cerca,
A beira do abismo que os separa.

Miolos e coração
Sempre brigaram
Pelo lugar da razão

Dentro de algo, que mesmo lá,
Os separam.

Agonia constante.
Apatia infante
Duns meros passos perdidos
Em círculos gargantuosos.

Profundamente abismais.
Obscuramente artesanais.
Cavado a mão
Pelas dores de um jogo tolo

Chamado Vida!"





Sem inspirações no momento. Acabo de chegar de um ensaio quase inútil, mas feito por uma boa causa: gravação sexta.


Só espero a quinta chegar duma vez. Enquanto isso...verificando consursos...


No quadro, Carnaval - Joan Miró

domingo, 23 de março de 2008

Pascoalinacimamente de passagem...

Como citei na ultima postagem, foi um final de semana parado, mas pra mim foi muito proveitoso. Simplesmente porque vemos o quanto não damos valor a muitas coisas(essas do tipo que a vovó sempre diz pra dar).


Na verdade eu gostaria de postar aqui, por duas razões nesse exato momento. A primeira, pra colocar aqui uma frase que eu espero que seja útil a alguém que a leia.



...





Pra variar, esqueci o diabo da frase(¬¬"), mas a ideia é a seguinte: nós, sendo seres humanos, temos dois tipos de pensamento, um pensamento vindo da razão, e outro vindo da fé. Ambos funcionam como um só, mas não se complementam por não partilharem do mesmo caminho ao objetivo. Como a vida e a morte, sacam?!?! Tá, essa parte da vida e morte pode ter sido forçação de barra, mas gostei muito dessa ideia de oposto entre ciência e fé, como sempre tem sido até os dias de hoje. Esse pensamento de São Tomás de Aquino reverberou na minha cabeça de uma forma bacana, então resolvi colocar aqui. Se servir de algo pra alguém, fico feliz...do contrário, vão fazer algo melhor do que ficar lendo abobrinhas.





A segunda é uma frase de uma profundidade filosófica tão extrema, que também mexeu com a minha pessoa. Foi dita por uma pessoa a qual tenho um respeito profundo e que também é digna merecedora desse respeito por todos nós, não só por ser o chefe da família dos Noce aerodactilus, mas por ser também um forte guerreiro dessa estrada da vida




O chapêcu está lulu.



Ou pelo menos algo assim.


Um grande abraço pro Tio Pytú!!!


Um queijinho pra todos por essa pascoa.

sexta-feira, 21 de março de 2008


"Vendo meus olhos

Buscando um comprador,

Um alguém que queira o meu ver.


Salgo minha comida

Na esperança de paladá-la,

Na boca de quem resolveu compra-la.


Vou pegar um copo d'água...

Mas também vendi meus braços!

E agora não me restam nem as mãos

Para apalpar uns traços.


Outrora tinha pernas

Que agora tem um outro dono

E que largadas no seu quarto

Ficam lá enfeitantdo o seu sono


Aos poucos vou me largando

Pras pessoas, pros cômodos

Vendo-me sem escrúpulos


E em tempos de cólera carnal

Sobrou-me apenas a cabeça.

Vendi o que achei que pouco me valia

E fiquei com o que mais presava.


E agora o que faço?

Penso e não sinto

Não vejo e não ando.

É tarde. Virei um João-sem-braço."
Viagem pra Tere. Descanso com Mattoso e uma amizade sem igual. Cadê você, que está em Itaipava!??! Mais um fim de semana que se passa, e a saudade aumenta, mas tudo bem. Sempre temos o amanhã. Com ou sem os nossos membros.
Na foto, Guerra Civil, Dalí.
Ósculos anais a todos...

quinta-feira, 20 de março de 2008

Esquecimento...

Mal o blog fora aberto e gafes já estréiam aqui. Realmente impressionante. Acabo de me dar conta de que não dei um nome a poesia citada na postagem anterior*, mas enfim deixa pra lá. Quem sabe numa outra hora, né!??!


Obviamente, como todos nós somos humanos, acredito que vocês já tenham tido a sensação de que está tudo muito calmo. Tudo fluindo bem até demais. Mas infelizemente, o que se pode fazer nessas horas é esperar a tempestade chegar e manter muita firmeza pra não deixar o barco virar...indepentemente do tamanho e do lado que a onda vier. Bom que seja...só espero que mesmo que ele vire, que eu não caia na água.



Na verdade, resolvi postar hoje em homenagem aos cegos do nosso mundo, porque mesmo não vendo as maravilhas que estão diante deles, simplismente podem descrever, com detalhes que nós que vemos, não podemos. E o fazem de uma forma tão rica e magnífica que deixa qualquer um com a cara no chão.



O maior e melhor exemplo que eu posso dar, é o de um senhor cego que afinava o piano de meu velho. Não satisfeito em afinar um piano, ele talhou peças de xadrez e deu de presente pra ele. POOOOOOOOOOORRAAAAAA!!! Vai ser foda assim na casa dum chinês aleijado(sem ofensas a nenhum chinês)!!!



*O nome da postagem anterior é "Numa ilha a voar"...



Ósculos anais a todos,

E muito queijo nessa páscoa!


terça-feira, 18 de março de 2008


"Os pedaços de granito revelam
As mil maravilhas guardadas no passado.
E que através dele desvelam
Caminhos que se dispõem num gramado

Verde, quase que num tom azulado.
Despejado assim. Numa ilha flutuante
Feita de algumas pedras de mármore, de saudades
De um timbre pálido e esbranquiçado

A maciez da grama no corpo
Lembra o leito olímpico das grandes entidades
Que desde tempo imemorias
Sopram nos mortais suas perfeitas insanidades

Custa acreditar que vivemos hoje, assim:
Sem nada. Sem fatasia. Sem querência.
Num lugar feito de cimento, eus e muitos mins.
Onde já não existe mais lugar pra paciência.

Um lugar pra ouvir o som da água correndo
Sem lugar pra cair. Só correndo.
E em nossos ouvidos se perdendo.
Se unindo. Se perdendo.

Dentro de nossas almas
Sendentas por esse líquido singular.
Sendo absorvida eternamente
Pelos mins dos eus de todos nós."

Na foto, um quadro cujo nome ainda desconheço. Margrite, um dos surrealistas que adimiro.