terça-feira, 18 de março de 2008


"Os pedaços de granito revelam
As mil maravilhas guardadas no passado.
E que através dele desvelam
Caminhos que se dispõem num gramado

Verde, quase que num tom azulado.
Despejado assim. Numa ilha flutuante
Feita de algumas pedras de mármore, de saudades
De um timbre pálido e esbranquiçado

A maciez da grama no corpo
Lembra o leito olímpico das grandes entidades
Que desde tempo imemorias
Sopram nos mortais suas perfeitas insanidades

Custa acreditar que vivemos hoje, assim:
Sem nada. Sem fatasia. Sem querência.
Num lugar feito de cimento, eus e muitos mins.
Onde já não existe mais lugar pra paciência.

Um lugar pra ouvir o som da água correndo
Sem lugar pra cair. Só correndo.
E em nossos ouvidos se perdendo.
Se unindo. Se perdendo.

Dentro de nossas almas
Sendentas por esse líquido singular.
Sendo absorvida eternamente
Pelos mins dos eus de todos nós."

Na foto, um quadro cujo nome ainda desconheço. Margrite, um dos surrealistas que adimiro.

3 comentários:

Daniel Carvalho - Portfólio disse...

Nao sei quem vc eh, mas gostei do texto e da foto que ja conhecia. abraço!

Carolina disse...

"Verde, quase que num tom azulado.
Despejado assim. Numa ilha flutuante
Feita de algumas pedras de mármore, de saudades
De um timbre pálido e esbranquiçado"

Vai me dizer que verde não é uma cor bonita!?
Palidez e 'branquidez' são sem graça. ponha mais verde na sua vida.

Daniel Carvalho - Portfólio disse...

deveria começar a compor coisas com esses textos