quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Mênade de ébano


Me encanta,
Me fascina.
Me tortura e
Me abomina.


Um súbito lampejo de furor báquico
No alto de uma torre não tão alta.


Palavras tão suaves e doces
Como apenas ela
Saberia usar.


Lá, sentava-se tranquilamente.
E como que assim, de repente
Me veio assaltar.


Logo começou o ritual!
Sem sacrifícios e sem demora.
Fora ali e fora agora!


Sedento e esfomiado!
Saciaram ambos a fome
De um momento que gritava
Quase esgoelado.


Acabado o transe
Foi resolvido voltar ao acordo.


Passados breves momentos,
Novamente ela atacou.
Mas não furiosamente.
Assim o fez e assim me calou.


Tomou-me nos braços e tornou-me menino.
Criança que chora
Despedaçando-se em perplexo desatino.


Criança que ama de alma e corpo.
Mênade que ama de corpo e alma.


O que ambos possuem em comum
É a vontade de viver e serem vividos.
É a simples e natural vontade humana
De sempre estarem juntos e nunca divididos.

3 comentários:

Carolina disse...

Não sai de mim...

Alana Wenu disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
doisemdois disse...

os último 4 versos ficam!